Quando falamos em organização financeira, algumas pessoas se interessam, mas outras fogem.
Quisemos saber o motivo disso, então pesquisamos, perguntamos, pensamos sobre o assunto e descobrimos uma coisa: quando se fala deste assunto, muitas “fórmulas prontas” aparecem, mas que podem ser pouco (ou nada) efetivas.
Então, vem a pergunta: como eu posso, de forma segura e efetiva, organizar minha vida financeira para alcançar os meus objetivos?
Seja comprar um bem, trocar por um mais novo, fazer a viagem dos sonhos, comprar uma casa, tudo isso vai precisar de dinheiro. E é aqui que aparecem para você 2 alternativas: ou você financia (e paga muito mais) ou se planeja, economiza e alcança aquilo que sempre quis.
Simples, não é?
Para a maioria não é!
Para simplificar, vamos do começo, então!
O que é afinal, ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA?
O primeiro ponto é, sem dúvida, explicar que ter um controle financeiro não vai privar você daquilo que quer. Em nenhum momento a educação financeira vai contra a possibilidade de consumo.
A grande questão não é o comprar em si, mas se VOCÊ PODE COMPRAR ou QUANDO VOCÊ PODERÁ COMPRAR.
Além disso, quando você entende suas finanças você passa a ter uma outra relação com aquilo que você compra. Afinal, você passará a ENTENDER O REAL VALOR DO DINHEIRO. Você passará a analisar se a compra faz sentido ou se apenas servirá para MASSAGEAR O SEU EGO ou SE É UMA COMPENSAÇÃO por alguma outra coisa que esteja faltando.
Sim, muitas vezes compramos porque estamos sozinhos, porque estamos tristes, felizes. Não porque precisamos. E existe também a questão do imediatismo: eu não quero poupar para comprar depois, eu quero agora! Quando lemos isso, nos damos conta do quão infantil soa.
Finanças organizadas partem SEMPRE de um mesmo ponto: JAMAIS DEVEMOS GASTAR MAIS DO QUE GANHAMOS. Isso vale para tudo: vida pessoal e na empresa também.
Organizar, portanto, é planejar e controlar.
A ORGANIZAÇÃO nos permite ter clareza das nossas finanças, desta forma, saberemos até onde podemos ir.
O PLANEJAMENTO nos permite saber quanto gastamos e como gastamos e, mais importante, quanto devemos guardar.
Estes dois itens juntos são o caminho para a realização do nosso projeto de vida.
Organizar sua vida financeira é um processo de reeducação, lento e doloroso, mas possível de ser feito!
É preciso mudar os padrões, adotar novos comportamentos e olhar para o seu dinheiro de uma forma diferente.
Então, o que precisamos MUDAR?
Primeiro, você deve entender COMO GASTA seu dinheiro. Isto pode ser até mais importante do que o quanto você gasta.
Quando descobrir isso, você terá o seu PADRÃO DE CONSUMO. Seus hábitos enraizados. Suas frustrações transformadas em ansiedade que descontadas (sem dó) no cartão. Casos mais graves de consumismo precisam, inclusive, de ajuda profissional, sim, estamos falando de ajuda psicológica.
Neste ponto, ANOTE TUDO O QUE GASTA, divida em categorias de forma clara e organizada. Pegue tudo o que gastou nos últimos meses (ou anos). CRIE um método visual de ver todos os seus gastos, assim, você passa a se conhecer melhor e saberá no que gastou. Neste ponto, algumas pessoas ficam com bastante raiva. Mas, calma, esse é uma etapa importante. Você tem que sentir esta dor.
Com o seu HISTÓRICO na sua frente, você verá como chegou até a situação em que se encontra.
Agora é o ponto de PLANEJAR, e isso é o mínimo que você pode fazer para garantir o seu padrão de vida e se preparar para imprevistos.
Quando você PROJETA RECEITAS E DESPESAS no seu orçamento, você consegue simular mudanças. Qualquer mudança: no cenário econômico, na sua casa, em você mesmo. Você conseguirá, também, avaliar o impacto destas mudanças nas suas contas antes mesmo delas acontecerem.
Aliando o HISTÓRICO e as PROJEÇÕES, você consegue visualizar onde será possível reduzir suas despesas ou, até mesmo, elevar sua renda em determinados períodos.
Você se PREPARA HOJE para o QUE VEM PELA FRENTE.
Até agora, estamos caminhando bem. A próxima etapa talvez seja mais complicada: são os LIMITES que você vai se auto impor.
Ter limites é essencial para tudo na vida, na sua vida financeira, eles são definidos por nós mesmos e devem ser revistos com frequência.
O primeiro passo para colocar LIMITES nos seus GASTOS é questionar suas ESCOLHAS e DECISÕES DE COMPRA.
Obedecer os limites que você se coloca é fundamental para que o planejamento funcione. Não adianta ter autocomiseração ou autoindulgência quando você gastar mais do que o orçamento permite. SEUS LIMITES DEVEM SER CLAROS E RÍGIDOS.
Pronto, agora você tem um esboço de planejamento financeiro. Você sabe quanto gastou, quanto deve gastar, quanto ganha, qual o seu objetivo e quanto deverá economizar para alcançá-lo.
Falta só uma coisa: aproveitar as oportunidades que a vida te oferece! As oportunidades financeiras são fruto do nossa mudança de comportamento. A partir de então, você saberá qual o melhor momento para trocar de carro, como reduzir seu endividamento, como guardar mais dinheiro, quais investimentos são melhores. Tudo isso será natural. Você ainda terá vontade de comprar, mas analisará com parcimônia a real necessidade da compra.
Antes de terminar, algumas dicas:
- Sua planilha de gastos deve ser refeita todo mês. Afinal, em alguns períodos temos mais despesas, como no início do ano, com os impostos, rematrículas, etc.
- Faça listas quando precisar sair para comprar, inclusive, nas compras do mês. Prenda-se ao máximo à lista e evite ceder à gula, por isso, coma alguma coisa antes de ir ao mercado. Ah, de preferência, deixe as crianças em casa, elas são consumistas por excelência. Evite comprar produtos que ainda tem em casa, assim, você também evita o desperdício.
- Perder o dia de vencimento de qualquer boleto deve ser evitado a todo custo! Pagar juros e multas é jogar dinheiro fora!
- Evite o desperdício, prefira comprar frutas e legumes semanalmente e SOMENTE o que vai consumir. Prefira os produtos da estação, são mais baratos e saudáveis.
- PESQUISE PREÇOS!
- Estabeleça metas e prioridades. Tenha disciplina férrea nos seus gastos e a respeite!
- Se tem uma dívida, procure renegociá-la com juros menores, hoje é possível, inclusive, trocar de credor.
- Aprenda a investir e fuja das “jornadas milionárias” e de fórmulas mágicas. Elas só servem para vender um produto que você não precisa. A sua organização financeira está em você mesmo!
Para finalizar
Deixamos um verso do grande poeta Victor Hugo que define bem qual deve ser a nossa relação com o dinheiro:
“Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, Porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos, uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga ‘isso é meu’,
Só para que fique bem claro quem é dono de quem.”
Lembre-se: o dinheiro é um meio de se conquistar alguma coisa, não um fim em si. Você é o dono dele. E se você souber como controlá-lo, pode realizar muitos (quem sabe todos) os seus sonhos!