Nosso cérebro é dotado de vários mecanismos para que seu funcionamento aconteça sem “grandes esforços” e sem ter que “parar” para decidir tudo o que envolve decisões.
Ele, simplesmente, simplifica esses processos. O que é bastante justificável, levando em consideração que, em média, tomamos mais de 35 mil decisões ao dia, que envolvem desde coisas simples, como se levantar da cadeira, ler este texto, até coisas mais complexas, como comprar uma casa ou convidar a pessoa que estamos interessados para sair.
Digamos que é um “piloto automático” que o cérebro tem para facilitar nossa vida. É uma opção prática e a mais inteligente, que poupa energia e tempo.
Nas decisões simples, em que não há a “opção errada”, como levantar da cama ou beber água, isso funciona muito bem. Contudo, quando vamos para as decisões complexas, a história já é um pouco diferente. Aqui já há uma enorme margem de cometermos erros, caso nosso cérebro esteja apenas no “piloto automático, desviando da racionalidade e da lógica.
Isso acontece porque nosso cérebro se baseia somente em experiências e percepções prévias, e isso pode impactar negativamente a sua tomada de decisão.
Neste aspecto, é importante se concentrar em ter um pensamento analítico. Hoje, esta é uma das habilidades mais procuradas entre os profissionais do futuro, segundo uma pesquisa da consultoria estadunidense MCKinsey.
Este pensamento analítico permite ao profissional fazer análises mais certeiras, ter mais insights, defender o seu ponto de vista e tomar decisões mais assertivas. E, claro, pode ser aplicado com o objetivo de melhorar suas carreiras.
Entre os erros mais comuns de profissionais que não adotam o pensamento analítico estão:
– Ancoragem no passado:
Você baseia a sua decisão sobre uma informação que tinha ou teve no passado.
Por exemplo, o telhado da sua casa precisa de manutenção. O valor do serviço ficou em R$ 10.000,00.
Daqui 5 anos, você se muda para uma nova casa, que precisa do mesmo tipo de reparo. Chama a empresa já conhecida, que faz o serviço por R$ 12.000,00. Você leva em consideração o conhecimento que tinha sobre o valor que já pagou e ainda aceita os R$ 2.000,00 a mais como uma questão de valorização serviço X tempo.
Passado algum tempo, você descobre que na região da sua nova casa os serviços de manutenção de telhado custam, em torno, de R$ 7.000,00.
A sua decisão é baseada no que você sabia e, por isso, não achou necessário pesquisar antes de decidir contratar esta ou aquela empresa.
Para evitar este erro é preciso fundamentar todas as decisões importantes em análises, evitar tomar decisões por impulso e questionar (neste caso o motivo do aumento do serviço) sempre que puder.
– Disponibilidade:
Aqui o nosso cérebro nos prega uma peça.
Sabe quando queremos comprar um carro? Parece que vemos mais do modelo “desejado” do que dos demais. Na verdade, não é isso que acontece, o universo não conspira para você comprar este ou aquele carro. É que o seu cérebro passa a chamar mais a atenção para aquele modelo, só isso.
Um exemplo do mundo corporativo: quando um líder avalia um colaborador influenciado apenas por fatos recentes e não analisa todo o desempenho de um determinado período.
Para evitar este erro, é preciso se informar com fontes distintas, desconfiar de ideias populares, priorizar informações precisas, objetivas e confiáveis e não a sua intuição.
– Confirmação:
Somos programados a gostar de quem gosta de nós. É mais fácil.
Então, tudo o que nos tira da nossa zona de conforto, tudo o que desafia a nossa aceitação é desafiador.
Por exemplo: deixar um conceito para trás, mudar de opinião, admitir que errou.
Muitas vezes, a melhor decisão não está na concordância.
Para evitar este erro, é preciso: considerar que a decisão é mais importante que a opinião, esteja aberto, ouça, traga para a “mesa” várias visões diferentes. É importante planejar o cenário da sua decisão como um todo, e nutrir cada possível cenário com informações.
Erros… Sempre vamos cometê-los, eles são essenciais para o nosso aprendizado. Mas, estudar, se informar, conhecer e analisar é fundamental antes de qualquer tomada de decisão, tanto para sua carreira quanto para outros aspectos da vida. Criar o hábito de ter um pensamento analítico pode te levar mais longe! Vamos começar a pensar mais e deixar o “piloto automático” de lado?