Quando a pandemia começou, lá em 2020, e fomos obrigados a fazer tudo de casa, inclusive trabalhar, não fazíamos ideia do quanto toda aquela situação mudaria muita coisa na nossa vida: relações pessoais, profissionais, de consumo…
Uma coisa que tem sido assunto desde o ano passado é se continuaremos trabalhando em sistema home office.
Muitas empresas públicas e privadas mostram uma tendência de permanecer em regime de teletrabalho ou híbrido (em que o funcionário vai alguns dias da semana para o escritório).
Uma dessas empresas é a Vale. Segundo uma entrevista dada em 2019 à Agência Brasil, a companhia havia decidido adotar um regime de trabalho mais flexível, uma vez por semana, o colaborador trabalhar de casa.
Com o início do isolamento social, a Vale colocou todas as suas funções administrativas e de suporte operacional em regime remoto. Ao final do primeiro mês, foi constatado que não houve redução no volume de transações e atividades, embora tenha sido um período de adequação.
Hoje, mais de 18 mil profissionais da Vale trabalham de forma remota. E, em uma pesquisa recente com seu s colaboradores, 73% deles preferem manter o trabalho remoto, porque se sentem mais produtivos e satisfeitos.
Para este ano, a Vale pretende transformar vários de seus escritórios pelo mundo em hubs ou espaços de colaboração e adotar a forma híbrida de trabalho.
Outra grande companhia que vai manter seu quadro colaborativo trabalhando de casa é a Coca-Cola, que afirma que, neste momento, as reuniões com seus times têm sido mais frequentes e produtivas e que os canais de comunicação interna têm sido essenciais para aproximar os colegas. O que tem sido observado pelos líderes é que o engajamento das equipes vem aumentando.
Entre os funcionários, em uma avaliação interna, há grande aceitação deste novo formato, principalmente, porque a comunicação ficou mais rápida, regular e transparente. A forma de trabalho ganhou agilidade e dinâmica, com lideranças mais próximas.
Mas, nem tudo são flores…
Existem empresas e líderes que preferem gerenciar suas equipes no escritório. A justificativa é que é possível fazer perguntas rápidas ao colega do lado, há maior interação entre colegas e equipes e convocar reuniões espontâneas para discutir problemas pontuais.
É fato que o trabalho remoto teve grande aceitação por parte dos trabalhadores do mundo, mas não por todos. Os discordantes, conforme aponta um estudo recente da Society for Human Rosource Management, 72% dos chefes que supervisionam equipes de diferentes tamanhos preferem que todos estejam no escritório.
Uma empresa de dados sueca, a Winningtemp, diz perceber uma grande pressão para o retorno aos escritórios, principalmente, em mercados em que há alto nível de vacinação.
Então… Mesmo com altos índices de aceitação por parte das equipes, a manutenção da produtividade e a satisfação dos funcionários, por que as empresas têm pressionado seus funcionários a voltar ao escritório?
Bem, porque muitos chefes sentem que perderam o controle sobre suas equipes durante o isolamento. E agora querem recuperar este controle. Afinal, gerenciar à distância é mais difícil, sem poder observar o que está acontecendo, quais sites os colaboradores estão acessando, se tem alguém no celular, ou conversando com o colega…
É o controle pelo simples controle, sem observar a produtividade, a satisfação com o trabalho e o desempenho individual de cada funcionário.
Liderar pessoas é muito complicado, requer habilidades específicas. Liderar remotamente, então, é mais difícil ainda. E muitos chefes sentem a perda de seu status de “mandante”.
Mas, vamos fazer uma reflexão: uma equipe gera mais resultado com um líder ou com um chefe?
E, você, prefere trabalhar no escritório ou em home office e por quê?